Um ano da Reforma da Previdência e o sentimento de desamparo na população

Em 13 de novembro de 2019, entrou em vigor a Reforma da Previdência, por meio da Emenda Constitucional 103, e o tempo consolidou nossa visão crítica à mesma. Na medida em que o acesso dos trabalhadores aos benefícios previstos no regime geral da previdência se tornou mais difícil, precária e demorada, acentuando a sensação de desamparo na doença, na velhice e na morte, tão própria aos tempos neoliberais que vivemos.

Passado um ano, temos um aumento estrondoso do desemprego, 14,4%, maior taxa registrada desde 2012, e não só da pandemia, mas pela ausência de projeto da equipe econômica do governo em enfrentar a crise que vivemos fora do quadro fiscalista e de subserviência ao teto de gastos. O que junto com a dificuldade de acesso aos benefícios, quer por invalidez, quer por idade, deixam milhões de brasileiros desamparados.

Sempre denunciamos que a Reforma da Previdência social e do regime próprio se destinava, não a combater privilégios, mas a dificultar o acesso aos benefícios, a precarizar o valor dos mesmos e a canalizar para previdência privada complementar uma fatia considerável da classe média aterrorizada com a narrativa oficial de que a previdência social estava falida. Ora, quem aposta em algo que o próprio governo proclama aos quatro ventos que não oferece confiança?

Resultou disso, uma diminuição considerável de contribuições à previdência social. Isso agravado pelo desemprego e pelas desonerações que o governo vem concedendo sob a égide de dinamizar a economia interna.

Um ano após a promulgação da emenda constitucional 103, nos resta, assim, uma previdência social mais pobre e menos confiável. Exigindo por parte de todos nós uma luta permanente pelo fortalecimento da previdência social, das políticas de assistência social, em que a primazia seja assegurar a dignidade humana, e não o lucro a qualquer custo do sistema econômico.

SEGUIMOS NA LUTA POR UMA PREVIDÊNCIA SOCIAL FORTE E JUSTA MAIS DO QUE NUNCA!

VEJA TODAS AS MUDANÇAS COM A REFORMA DA PREVIDÊNCIA

As novas regras acabaram adiando o sonho da aposentadoria para muita gente, como é o caso de Marilise Rosane Gerhardt Moraes. Ela foi afetada justamente pelas mudanças na idade e tempo de contribuição – leia mais abaixo.

Com isso, o número de aposentadorias concedidas diminuiu desde a entrada em vigor da reforma. Em setembro de 2019, o total de aposentadorias concedidas foi de 152,2 mil. Em setembro deste ano, foram 95,8 mil, queda de 37%.

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