Trabalho só pode ser decente se for seguro e saudável

No mundo todo, ocorrem anualmente 337 milhões de acidentes de trabalho não fatais, que resultam, no mínimo, em três dias de afastamento do trabalho. Além disso, a cada ano, surgem 160 milhões de casos novos de doenças relacionadas ao trabalho. E ocorrem 2,31 milhões de mortes relacionadas por acidentes e doenças, das quais 1,95 milhão por doenças e 358 mil por acidentes.

Os dados foram apresentados dia 28 de abril, Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho pela Diretora do Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Laís Abramo. Ela participou, nesta cidade, do III Seminário de Valorização do Trabalho e Vida, realizado pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Porto Alegre, com apoio do CREA-RS. O evento reuniu empresários, sindicalistas, trabalhadores, integrantes de órgãos públicos e privados e debatedores na busca de soluções para os maiores problemas da Construção Civil.

“O trabalho só pode ser decente se for seguro e saudável”, disse Laís Abramo, enfatizando que deve haver um fortalecimento da capacidade nacional para implantar uma política nacional de segurança e saúde do trabalho. Isso pode ocorrer por meio da mobilização dos parceiros sociais apoiando a política nacional e as ações locais.

Laís Abramo também destacou que a realização da Copa do Mundo de Futebol no Brasil em 2014 pode abrir uma série de oportunidades para que os temas do mundo do trabalho sejam favorecidos com a realização deste evento e também outros, como as Olimpíadas de 2016.

A Diretora da OIT notou que eventos como a Copa do Mundo têm grande potencial de geração de recursos para setores direta ou indiretamente envolvidos no planejamento, preparação e execução dos jogos; grande oportunidade para investimentos em setores chave da economia do país e grande potencial de geração de empregos.

Esses fatores abrem caminho para potencialidades como trabalhos e empregos de qualidade, ambientalmente sustentáveis, permanentes, para jovens e outros grupos menos favorecidos no mercado de trabalho (mulheres, negros/as, pessoas com deficiência). Da mesma forma, existem riscos embutidos, tais como: trabalhos informais e precários, acidentes de trabalho, jornadas exaustiva, trabalho infantil e exploração sexual de crianças e adolescentes, trabalho em condições análogas à escravidão e tráfico de pessoas, desrespeito aos direitos dos trabalhadores migrantes e problemas ambientais e impactos sociais nas populações que vivem nas imediações dos estádios.

Fonte: OIT Brasil

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