País ‘ganha’ 1,4 milhão de desempregados em três meses e informalidade cresce

A taxa de desemprego subiu de 11,8%, em dezembro, para 13,1% no trimestre encerrado em março, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE. O percentual corresponde a 13,689 milhões de desempregados no país, 1,379 milhão a mais em três meses. Na comparação com março do ano passado, a taxa é menor (13,7% em 2017) e o mercado abriu 1,6 milhão de vagas. Mas, como vem se tornando constante, todas essas vagas são informais e referem-se, principalmente, a empregados no setor privado sem carteira assinada ou a trabalhadores por conta própria.

Em parte, crescimento de desemprego no primeiro trimestre é normal, por efeito sazonal, como a dispensa de trabalhadores contratados por tempo determinado. “Mas não podemos responsabilizar só a sazonalidade. Tem a perda decorrente do enfraquecimento da economia também”, disse o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

De dezembro para março, 149 mil pessoas deixaram a força de trabalho (-0,1%) e o mercado fechou 1,528 milhão de vagas, resultando na diferença de 1,379 milhão de desempregados a mais. No período de 12 meses, 1,147 milhão entraram no mercado, que criou 1,634 milhão de postos de trabalho, o que fez diminuir em 487 mil (-3,4%) o total de desempregados.

Mas, ainda na comparação com março de 2017, foram perdidas 493 mil ocupações de empregados no setor privado com carteira assinada (-1,5%), enquanto o número de empregados sem carteira cresceu em 533 mil (5,2%) e o de trabalhadores por conta própria, em 839 mil (3,8%). Os empregados com com carteira eram 37,6% do total, agora são 36,3%. No mesmo período, os sem carteira passaram de 11,4% para 11,8% e os autônomos, de 24,9% para 25,3%.

Entre os setores, a indústria eliminou 327 mil vagas no primeiro trimestre, a construção fechou 389 mil e o comércio/reparação de veículos, 396 mil. Também foram fechados postos de trabalho nos serviços domésticos (196 mil) e em administração pública/defesa/seguridade/saúde/educação (267 mil).

Em um ano, a indústria cresce 2%, com acréscimo de 232 mil vagas e a construção cai 4,1%, fechando 280 mil. Comércio/reparação de veículos tem variação de 1,5% (261 mil a mais), enquanto os serviços de alojamento e alimentação criam 283 mil ocupações (5,7%). Também cresce o setor que inclui a administração pública (3,1%), com 467 mil vagas.

Estimado em R$ 2.169, o rendimento médio dos ocupados não tem variação no trimestre e nem na comparação anual. Cai 4,1% entre os empregados sem carteira e também fica estacionado entre os trabalhadores por conta própria.

FonteRBA

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