Apesar de não ter ganhado projeção nacional ainda, a greve dos professores do Rio do Sul já bate números das anteriores, contabilizando mais de 1.500 escolas paralisadas.
Professores do Rio Grande do Sul estão protagonizando uma das maiores greves dos últimos anos no estado. Há cinco anos eles recebem seus salários parcelados e viram suas condições de trabalho serem ainda mais precarizadas sob o governo de Eduardo Leite (PSDB-RS).
No dia 19 de novembro, segundo dia de paralisação da categoria, participamos de uma Roda de Conversa a convite de um grupo de professores da Escola Estadual de Ensino Fundamental Bento Gonçalves, localizada no bairro Rubem Berta. Tendo como tema central da atividade o direito de greve dos servidores públicos, a dra. Marilinda Marques Fernandes esclareceu professores e funcionários da escola os riscos e as garantias ao se optar pela adesão ao movimento de greve.
O movimento dos professores e funcionários da Educação do Estado do Rio Grande do Sul, que unem-se à outras categorias de servidores públicos, é uma forma de resistência ao projeto de Reforma Estrutural do Estado, em particular ao que tange a revisão do plano de carreira da categoria e do novo regime de Previdência proposto pelo governador Eduardo Leite.
No que se refere ao plano de carreira as perdas dos professores e funcionários da educação são manifestos ao alterar os níveis e classes, ao estágio probatório, aos adicionais e gratificações, a parcela autônoma, aos subsídios, vale-refeição e abono família. Assim como, de acordo com o projeto, “a avaliação de desempenho para fins de para fins de promoção por merecimento aferirá o rendimento e o desenvolvimento profissional” considerando 11 itens.
Já, no que se concerne às regras de aposentadoria que o governador pretende adotar seguem as já aprovadas na E.C. 06/2019, estabelecendo como idade mínima para aposentadoria 60 anos para homens e 57 para mulheres, carência para ambos os sexos de 25 anos de contribuição sendo obrigatoriamente 10 anos de serviço público e 5 anos no mesmo cargo.
A pauta de restrição de direitos do atual executivo gaúcho encerra em si um novo modelo de Estado mínimo que num primeiro momento parece afetar a categoria dos servidores públicos na verdade afeta a toda sociedade ao negar a promoção de direitos fundamentais, no caso à educação, escolas sucateadas, professores mal pagos, salários parcelados e agora, ainda, à retirada de direitos a estes.
Não nos resta outra posição do que estar junto nesta luta em defesa de um ensino público gratuito e de qualidade, e principalmente, no respeito aos direitos e garantias dos trabalhadores da educação.
Toda a solidariedade à greve dos professores!