Imperioso que todas as casas de produtores de vinho da Serra Gaúcha, em particular de Bento Gonçalves, se posicionem abertamente contra o trabalho escravo.
A propósito, não podemos compactuar com a inversão de culpa manifestada pelo CIC-BG (Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves), em documento recém-publicado (conforme podem conferir na imagem), a qual, em vez de se autocriticar e manifestar desde logo sua vontade de não mais seguir praticando trabalho escravo, veio a atribuir aos programas de assistência social a ausência de mão de obra a justificar sua prática criminosa se escravagismo. Demonstrando assim uma absoluta insensibilidade a desigualdade social e uma completa omissão na participação nas políticas de erradicação da fome e da miséria.
Aliás, nada de causar admiração se nos lembrarmos que em passado recente a sociedade de Bento Gonçalves impediu a ida do ministro Luis Fux à cidade sob ameaça de atentarem contra a sua vida.
Urge que a cidade de Bento Gonçalves e demais cidades da Serra Gaúcha façam uma longa reflexão sobre democracia, estado de direito e respeito à dignidade humana.
Basta!
Marilinda Marques Fernandes