O governo de Jair Bolsonaro (PSL), cada dia mais pressionado pelo mercado no sentido de mostrar politicas efetivas de mudança de rumo econômico , com ênfase para o déficit fiscal e por consequência aprofundamento da privatização da Previdência Social , ante o vazio de um projeto de governança nacional , apressasse em apresentar medidas de caráter mais espetacular , como é o caso da anunciada medida provisória (MP) , com o objetivo de realizar mais um pente fino nos benefícios da Previdência Social. Assim entram na mira desta verdadeira caça à cassação de benefícios não só os benefícios concedidos por invalidez e os auxílios-doença, já alvos da gestão anterior, mas, também, as aposentadorias em geral, a pensão por morte, auxílio-reclusão e os benefícios de natureza assistencial.
Esse modelo de fiscalização dos benefícios já concedidos , parte de uma base de desconfiança em relação aos funcionários do INSS e em relação ao cidadão beneficiário de alguma prestação previdenciária . Se constituindo em mais um grosseiro ataque a classe trabalhadora , ao segmento da população mais carente e um verdadeiro exemplo do olhar deste governo face a uma sociedade cada vez mais negligenciada e empobrecida.
Por outro lado , ainda que sem um detalhamento da reforma da previdência que será enviada ao Congresso no próximo mês , alguns pontos centrais do projeto começam a ser enunciados , nos dando algumas pistas do que será a reforma da Previdência Social , por exemplo, o regime de capitalização, o estabelecimento como idade de mínima de 65 anos para homens e mulheres tanto do Regime Geral quanto do regime estatutário, 40 anos de contribuição e desindexação do salário mínimo, entre outros aspectos.
Cabe , a nós , à sociedade civil organizada , lutar para que os direitos garantidos constitucionalmente no campo da seguridade social sejam respeitados e que as politicas econômicas cortem dos que muito têm e se centre no combate à desigualdade por via da redistribuição de renda.