De acordo com a pesquisa, enquanto bancos privados e o Banco do Brasil registraram redução no número de vagas, a Caixa Econômica Federal abriu 1.433 novas vagas entre janeiro e maio.
“Mesmo acumulando lucros bilionários, os bancos brasileiros, sobretudo os privados, continuam eliminando postos de trabalho este ano, a exemplo do que ocorreu nos últimos meses de 2013, o que não tem justificativa. No ano passado, os seis maiores bancos lucraram R$ 56,7 bilhões”, disse o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.
A rotatividade no setor também aumentou de janeiro a maio. Segundo a pesquisa, os bancos brasileiros contrataram nesse período 14.031 funcionários e desligaram 17.314. Os novos admitidos ganharam cerca de 63% da remuneração dos que saíram. A diferença média é ainda maior nos bancos comerciais, chegando a 89,3%.
As desigualdades não estão só entre os trabalhadores que entraram e saíram dos bancos. As mulheres admitidas no setor receberam, em média, R$ 2.792,04, o que equivale a 74,5% do que ganharam os homens admitidos no mesmo período. A diferença permanece entre os demitidos. A pesquisa constatou que as mulheres que tiveram vínculo rompido ganhavam cerca de R$ 4.371,98, 74% do que recebiam os homens na mesma situação.
Para Carlos Cordeiro, os números fortalecem a campanha deste ano dos bancários, que dá prioridade à luta contra as demissões e quer o fim da rotatividade, bem como rejeita Projeto de Lei 4.330, que dispõe sobre o contrato de prestação de serviço a terceiros.
A Agência Brasil procurou a assessoria de imprensa da Federação Brasileira de Bancos, mas não obteve retorno até o momento desta publicação. Já a Associação Brasileira de Bancos informou que não vai se pronunciar porque reúne apenas instituições de pequeno porte.