08 DE MARÇO DIA INTERNACIONAL DA MULHER – A igualdade de gênero é fundamentalmente uma questão de poder

Muito embora os direitos das mulheres tenham tido um progresso significativo nas últimas décadas, desde a abolição de leis discriminatórias ao aumento do número de meninas/mulheres a frequentar a escola. Contudo, temos enfrentado nos últimos anos uma forte reação no sentido contrário. As proteções legais contra as violações e os abusos domésticos estão a ser diluídas em alguns países, o aumento de feminicídios e os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres seguem sendo ameaçados.
Séculos de discriminação e de patriarcado profundamente enraizado criaram uma lacuna de poder de gênero nas nossas economias, sistemas políticos, empresas e cultura.

Isto nos afeta profundamente exigindo com urgência o fim da epidemia de violência contra as mulheres e a construção de sociedades pacíficas e seguras numa conjuntura grassada pelas guerras da Ucrânia, da Síria, do Iêmen, entre outras. Urge abordar a divisão digital de gênero que ameaça consolidar a desigualdade de gênero nas sociedades e nas economias nas próximas décadas.

Por outro lado não esqueçamos que as mulheres ainda ocupam apenas um quarto das cadeiras nos parlamentos de todo o mundo, a representação política é a evidência mais clara da diferença de poder entre gêneros. É por isso que a luta pela paridade de gênero nas instâncias de poder é pauta fundamental de nossas lutas.

A igualdade de gênero é essencialmente um meio de redefinir e transformar o poder. É hora de parar de tentar mudar as mulheres e começar a mudar os sistemas e os desequilíbrios de poder que as impedem de alcançar o seu potencial!

Marilinda Marques Fernandes

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