A Calculadora da Desigualdade, feita por Oxfam e por Ojo Público, permite a qualquer pessoa de 16 países da América Latina comparar sua renda familiar com o que ganham os multimilionários desses mesmos países. Nela, também é possível comparar as faixas de renda existentes e ver como a desigualdade está cada vez mais presente na região.
Todos os dados usados para os cálculos apresentados estão presentes no relatório “Privilégios que negam direitos”.
https://calculadora-de-la-desigualdad.ojo-publico.com/
A Calculadora da Desigualdade nos mostra a realidade sobre as sociedades injustas em que vivemos. Ela permite visualizar a nossa própria situação em relação aos ganhos do restante da sociedade. E também aponta para a desigualdade extrema, onde poucas pessoas concentram muita riqueza e, consequentemente, muito poder. Nesse ciclo, pouquíssimas pessoas são beneficiadas por dinheiro e influência, enquanto muitas outras sofrem as consequências da desigualdade.
O que você pode fazer
Garantir os direitos de todos os cidadãos e cidadãs implica em reduzir os privilégios de algumas poucas pessoas. Você também pode fazer parte deste movimento por mudanças. Junte-se a nós em nossa petição pelo fim dos paraísos fiscais.
Nota: Por que o grupo 10 envolve uma variação tão grande de renda?
A base de análise da calculadora é feita a partir do agrupamento da população total dos países em decis. Um decil é igual a 10%. Neste conceito estatístico, o número total da população do país (incluindo crianças e pessoas sem renda) é dividido por 10. Assim, em um país como o Brasil, com uma população de 206 milhões de habitantes, cada decil representa um grupo com 20 milhões de pessoas.
O aplicativo também toma como base a renda familiar per capita, que é a renda de todos os integrantes do domicílio somada e dividida pelo número total de pessoas que moram naquele local. Ou seja, em uma família com 4 pessoas, onde apenas uma possui renda, essa renda será dividida por 4. Em uma casa com 4 pessoas, onde duas possuem renda, a renda das duas será somada e dividida por 4. E assim sucessivamente.
Dessa forma, temos no Brasil 20 milhões de pessoas no primeiro decil, que apresenta renda familiar per capita que vai de zero a R$ 232. Temos outros 20 milhões no segundo decil, com renda entre R$ 232 e R$ 386. Em fevereiro, o IBGE divulgou a renda média familiar per capita no Brasil. A média no Brasil foi de R$ 1.052 – que, comparativamente, corresponde ao sétimo decil da calculadora. Se olharmos por Estado, os dados do IBGE apontam para renda média familiar per capta que vão de R$ 509, como é o caso do Maranhão, até R$ 2.252, no DF.
Quando pegamos a população total e dividimos em grupos de renda, vemos que aproximadamente 80% da população tem renda familiar per capita menor que R$ 1,7 mil por mês. Apenas 10% da população do Brasil tem renda acima de R$ 2,6 mil por pessoa da família por mês. No Distrito Federal e em São Paulo, por exemplo, isso pode parecer pouco. Mas em Estados como Maranhão, Alagoas e Pará, representa muito.
Dentro desses 10% classificados como Renda Alta estão apenas 20 milhões de pessoas no Brasil com renda familiar per capita entre R$ 2,6 mil e R$ 454 mil.
No caso da calculadora, os multimilionários ficaram fora dos grupos porque representam uma parte muito pequena da população – no Brasil, somam 4.225 pessoas, ou 0,002% da população total do país. Mesmo sendo tão poucos, eles possuem riquezas que correspondem a 37% do nosso PIB.
Fonte: Oxfam Brasil